segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

FONTE DA TELHA

Os barcos na praia
com as redes á proa,
e eis que alguém grita:
“Hei Chico da Tôa !
Força na vara
que a onda vem boa.”

E todos empurram
com força e com garra
o barco p’rá água
com as redes á proa.

Com um a mandar
e seis a remar,
lá vai o barquinho
pró meio do mar.

Estendem as redes
e voltam á praia.
puxam com força
e com a rede a chegar,
parece de prata
o peixe a saltar.


domingo, 18 de dezembro de 2011


Memórias de um Rio “Sabor”

Canoas à água,         
Chuva abundante.
Pagaias em riste,
E é p’ ra montante!               

Enfia a pagaia                              
No rio ondulante                           
E dá-lhe com força       
Com vento p’ la proa
E a ré p’ ra jusante.

Com toda a força
Do pagaiar...
Ora a bombordo
Com forte puxar
Ora a estibordo
P’ ra endireitar,
Lá vão as canoas
Contra-corrente
Em busca da ilha
Perdida no rio
Enquanto os corpos
Aguentam o frio,
Até mesmo aquecem
Á custa da força
Do pagaiar.
E eis que depois
De muito remar,
Chegamos à ilha
Perdida no meio
Do rio que vai cheio.

O frio que faz,
Gela-me o corpo...
 Subo ao seu topo,
E aquela oliveira
Carregada de fruto
Que em tempos foi Flor,                                       
Diz-me que a vida
Mora ali mesmo
Na ilha perdida
No meio do rio

A.Mar
Memórias da subida do Sabor em canoa

Coisas que chocam…


Era uma tarde de Sábado, fria e cinzenta, cortada por um vento agreste, e poucos eram aqueles  que se atreviam a enfrentar os rigores do tempo.
Não me apetecia ficar em casa, pelo que peguei um livro e a minha inseparável câmara fotográfica, meti-me no carro, e fiz-me à estrada.
 Apetecia-me ir até à beira-mar, sentir o agreste do tempo daquela tarde de sábado.
Ali chegado, estacionei, arranjei posição para o corpo, e recomecei a ler o livro desde onde o havia interrompido (Rosas de Atacama).


Um bando de gaivotas barulhentas chamou-me a atenção. Havia parado de chover.
Peguei na câmara, desci ao areal, e fui até à zona de rebentação, obter algumas imagens da força dos elementos.


Sabia-me bem andar na areia molhada e sentir a bruma a invadir-me o rosto, numa praia apenas habitada por gaivotas.

Depois de me ter afastado e muito, e porque o céu começava de novo a carregar de cinzento, decidi subir à estrada, e dirigi-me ao carro, que estava bem longe.

Naquele passeio, só eu…
 E um vulto distante, que se ia aproximando.
Era um homem de muita idade, curvado pela força dos anos, e apoiado numa bengala…
-Talvez uma imagem a reter!

Sentei-me no muro, com a câmara preparada, discretamente pousada  nas pernas, e aguardei pelo homem que ainda vinha longe, enquanto o ia observando na sua penosa aproximação.
Quando a distância era suficientemente curta, para que eu lhe distinguisse o rosto…
Detive-me!
Não fui capaz de disparar…não tinha o direito de o fazer!...
O Homem de muitos anos de idade e barba de muitos dias, trazia lágrimas nos olhos..........., mas, coisa estranha... ou talvez não; quando passava, olhou-me e sorriu... Um sorriso triste, mas mesmo assim, um sorriso.
E a sua caminhada, a sua maratona continuou, enquanto se ia  afastando, agarrado à bengala e a um saco de plástico azul.


Que levaria o Homem dentro do saco?
Retalhos de vida?... Sonhos?... Ou tão só, pedaços de pão para o jantar?

Será que nos assiste o direito de nos queixarmos tanto da vida?
É que, apesar das lágrimas, este Homem, sorriu...um sorriso triste, é certo...mas mesmo assim, um sorriso.
Um abraço e fiquem de bem com a vida…

A.MAR…

terça-feira, 6 de dezembro de 2011



Troika

Ouvi falar d’ uma troika
De doutores façanhudos
Acham que comemos demais
Estamos gordos,  pançudos
Veem cortar nas rações…

A jantareta de um,
Agora dá para dois
E se não comermos atum
Ficaremos pelos feijões….

“….E já é sorte demais
Seus grandes murcões
Comei rapas do tacho
E só uma vez ao dia
Porque duas refeições
É luxo em demasia.”

Apenas come quem tem
Quem soube fazer poupança
fosse a trabalhar ou roubar
Ele vai encher a pança
E tu? Barriga vazia
E, cuidado com as palavras
Não vás ficar com azia……..




segunda-feira, 21 de novembro de 2011

domingo, 30 de outubro de 2011


Farolim do novo molhe da barra do Douro, "Irmão" mais novo do farol de Felgueiras, faz parte de uma obra de protecção á entrada de embarcações e  ao estuário do rio.

sábado, 29 de outubro de 2011

ao "Senhor da Foz"
































Heis o grande "Senhor da Foz"

O farol de Felgueiras enfrenta bonanças e tempestades, como proa de "Almirante"
Construção de 1790, é até aos nossos dias, a luz de entrada na barra do Douro.
À altura destas imagens, estávamos em termos meteorológicos em alerta vermelho, com ondas anunciadas de 12 metros de altura. Todos os anos é assim, e a tudo o farol de Felgueiras ou "Senhor da Foz" resiste.